![]() |
Créditos: http://obviousmag.org |
Acho que foi no primeiro post desse ano de 2017 que falei sobre Merlí, citando como uma das grandes surpresas de séries que comecei a ver por acaso. Daí disse que queria falar mais demoradamente sobre ela, e eis que surge a oportunidade.
Merlí (Merliiiiiiiiii, não Merlin, socorro, todo mundo acha que eu falo de Merlin e não tem nada a ver), é uma série catalã, lançada em 2015 pelo canal TV3 e que conta a história do professor de filosofia Merlí Bergeron e de sua turma de alunos, que ele intitulou "Os peripatéticos", palavra grega que significa "itinerantes" ou "ambulantes" e que também denomina a escola filosófica que seguia os ensinamentos de Aristóteles.
A série tem um ar de "Sociedade dos Poetas Mortos", mas tem aquele diferencial de trazer um professor relativamente mais humanizado e menos idealizado. Merlí já um é um senhor, mas a história começa com ele sendo despejado de casa e indo pedir "asilo" pra mãe, uma atriz famosa chamada Calduch -- que também é ótima, melhores cenas são as dos dois.
Pra completar, a ex exposa vai de mudança pra Roma; ele e o filho, que o odeia, passam a conviver, e acaba que ele vai dar aulas na própria escola do filho e ser o professor da sua turma.
Nunca fui fã de série jovem/adolescente, especialmente essas que passam no ambiente escolar, porque é muito difícil fugir de assuntos batidos e de certo didatismo irritante -- e também porque já deixei de me identificar com esses temas há muito tempo --, porém Merlí consegue escapar de muitos clichês e trazer, além de uma série PARA adolescentes, uma série SOBRE adolescentes, e sobre essa nova maneira de esse meninos lidarem com o mundo, com as suas próprias experiências e com as gerações anteriores.
Por mais que o Merlí seja um ótimo professor e goste muito da sua sala e dos seus peripatéticos, ele está muito longe de ser um bom exemplo hahaha. Sua reação com as mulheres é algo extremamente problemática, o que acaba afetando sua família e seus alunos. E isso é mostrado na série com muita maestria, pois a maneira como ele vê e trata as coisas, frente às suas atitudes e as coisas que ele ensina, dá muito pano pra manga pra pensarmos várias coisas. E os criadores da série não deixam barato e colocam à prova sua maneira de pensar o tempo todo.
Pessoal geralmente gosta de colocar Merlí como uma série LGBT, por causa do Bruno, filho do professor, e seus conflitos com sua homossexualidade, porém, por mais que eu admire a audácia da série em tratar isso de uma maneira super linda, acho que Merlí é mais universal que isso. Inclusive, se tivermos uma visão de colocarmos as coisas na caixinha, vai ser muito difícil aproveitar essa série e as oportunidades de pensar outside the box, que é o que a história nos convida a fazer o tempo todo.
Cada episódio tem o nome de um filósofo, que é tema da aula do Merlí para os meninos, mas as ideias desse pensador, ou dessa pensadora, perpassa o andamento do episódio inteiro, o que é muito legal e pode até ser um forte instrumento de ensino para os professores de filosofia nas escolas aí.
A série começa com os vários personagens-tipo dentro de uma sala de aula, mas depois acaba relativizando e desdobrando essas questões.
Vale muito a pena ver, de verdade.
A primeira temporada tem na Netflix.
*******
Vocês já conheciam a série?
Comentem aí!
Oii! Não conhecia essa série, achei bem interessante a dica. Também não gosto desses clichês teen, mas vou adicionar Merlí na minha listinha pela sua indicação!
ResponderExcluirBeijo!
Metamorphya••• Participe do Sorteio de 1 Ano do Blog!